O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um inquérito nesta segunda-feira (15) para investigar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por suspeita de fraude em delação premiada. A decisão foi tomada pelo ministro Dias Toffoli, relator da Lava Jato no STF.
O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusou Moro de ter fraudado a delação premiada do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. A PGR afirma que Moro teria concedido benefícios indevidos a Odebrecht, incluindo a redução da pena e a transferência para um presídio de segurança mínima.
O inquérito também investigará o ex-procurador Deltan Dallagnol, que foi coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná. Dallagnol também é acusado de ter participado da fraude na delação de Odebrecht.
Moro e Dallagnol negam as acusações. Moro disse que a delação de Odebrecht foi feita de forma legítima e que ele não concedeu nenhum benefício indevido ao ex-presidente da empreiteira. Dallagnol também disse que não cometeu nenhum crime.
O inquérito será conduzido pela Polícia Federal. A PF poderá ouvir testemunhas, solicitar documentos e realizar diligências.
A abertura do inquérito contra Moro é um novo capítulo na polêmica envolvendo o ex-juiz. Moro foi o juiz responsável pelas principais condenações na Lava Jato, mas sua atuação foi criticada por opositores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2019, Moro foi nomeado ministro da Justiça pelo presidente Jair Bolsonaro. No entanto, ele renunciou ao cargo em abril de 2020 após criticar Bolsonaro.
Em Novembro de 2022, Moro foi eleito senador pelo Paraná.