O Tabuleiro Politico

Em uma votação polêmica no Congresso Nacional, realizada na quarta-feira, 18 de junho de 2025, 92% dos deputados e 77% dos senadores do Partido dos Trabalhadores (PT) apoiaram a derrubada de um veto presidencial que pode resultar em aumento nas contas de luz dos brasileiros. Dos 68 deputados petistas, 63 votaram a favor da medida, enquanto no Senado, 10 dos 13 senadores do partido seguiram a mesma linha. A decisão, que visa reincluir um dispositivo no Projeto de Lei 4.261/2023, conhecido como “PL da Eletrobras”, permite que consumidores de energia paguem por custos relacionados à migração de usinas termelétricas a gás para o mercado livre, além de outras despesas associadas à privatização da estatal. A votação, que uniu a bancada governista ao Centrão, gerou críticas nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a política energética do governo Lula, com opositores acusando o PT de “trair o trabalhador” e defensores argumentando que a medida é necessária para garantir a estabilidade do setor elétrico.

O Veto Derrubado e o Impacto na Conta de Luz

O veto presidencial, imposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 2025, buscava excluir um item do PL 4.261/2023 que transferia para os consumidores os custos de incentivos fiscais e subsídios associados à migração de termelétricas a gás natural para o mercado livre de energia. Esses custos, estimados em até R$ 3,5 bilhões anuais pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), incluem também despesas com a renovação de contratos de usinas antigas e a compensação por perdas financeiras da Eletrobras após sua privatização em 2022. A derrubada do veto, aprovada por 412 votos a 85 na Câmara e 52 a 19 no Senado, reintegrou o dispositivo, que agora segue para promulgação.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão, o impacto médio nas contas de luz pode variar entre 5% e 7% a partir de 2026, with maior peso para consumidores residenciais e pequenas empresas. Regiões como o Nordeste, onde a dependência de termelétricas é maior, podem enfrentar aumentos ainda mais significativos. A medida também inclui a prorrogação de subsídios para usinas a carvão até 2040, o que contraria promessas de transição energética do governo Lula, intensificando críticas de ambientalistas.

A Posição do PT: Estabilidade do Setor Elétrico

Líderes do PT defenderam a votação, argumentando que a derrubada do veto é essencial para garantir a segurança energética e evitar apagões, especialmente em um contexto de alta demanda por energia devido ao crescimento econômico. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a medida “equilibra o setor elétrico” e “corrige distorções deixadas pela privatização da Eletrobras no governo Bolsonaro”. Guimarães destacou que os custos adicionais serão diluídos ao longo do tempo e que o governo trabalha para mitigar impactos com programas como a Tarifa Social de Energia.

No Senado, o líder do PT, Fabiano Contarato (ES), reforçou que a votação reflete um “acordo necessário” com o Centrão para avançar pautas econômicas, como a regulamentação da reforma tributária. “Não é uma decisão fácil, mas é uma responsabilidade de governar. Sem esses ajustes, o setor elétrico poderia colapsar, prejudicando milhões de brasileiros”, declarou à Folha de S.Paulo. O PT também destacou que o governo estuda medidas compensatórias, como a ampliação de subsídios para famílias de baixa renda, para reduzir o impacto do aumento.

Reações: Críticas Oposicionistas e Protestos nas Redes

A votação gerou forte reação da oposição e de usuários nas redes sociais, com a hashtag #PTaumentaLuz trending no X na quinta-feira, 19 de junho. Segundo posts analisados, como o de @DennysDeeh_, 92% dos deputados petistas (63 de 68) e 77% dos senadores (10 de 13) votaram pela derrubada do veto, o que foi interpretado como uma “traição” ao discurso de defesa do trabalhador. Usuários como @andrepiedade1 acusaram o PT de “se unir ao Centrão para depenar o povo”, enquanto @bolsonaristaspr ironizou: “O padrasto dos pobres depenando o pobre. Faz o L!”.

Líderes da oposição, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), criticaram a postura do PT, afirmando que o partido “joga no colo do brasileiro o custo de decisões políticas equivocadas”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou no X: “O PT prometeu cuidar do povo, mas 92% dos deputados deles votaram para aumentar sua conta de luz. É o governo dos impostos e das contas altas!” O Partido Liberal (PL) e o Novo anunciaram que vão pressionar por audiências públicas na Aneel para discutir o impacto da medida.

Organizações de defesa do consumidor, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), também condenaram a votação. Em nota, o Idec afirmou que o dispositivo “onera injustamente o consumidor” e “prioriza interesses de grandes empresas do setor elétrico em detrimento da população”. A entidade planeja recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade da medida, alegando violação ao princípio da proteção ao consumidor.

Impacto Político: Uma Crise para o PT?

A votação expõe uma contradição no discurso do PT, que historicamente se posiciona como defensor das classes populares, mas agora enfrenta acusações de apoiar medidas que impactam diretamente o bolso dos brasileiros. Analistas políticos, como os do Metrópoles, apontam que a aliança com o Centrão, essencial para a governabilidade, tem forçado o PT a ceder em pautas impopulares, o que pode custar caro em 2026, ano de eleições gerais. “O PT está em uma sinuca de bico: precisa manter a base aliada, mas cada concessão como essa erode sua base eleitoral”, avaliou o cientista político André Rosa.

O governo Lula tenta conter os danos. Em pronunciamento na sexta-feira, 20 de junho, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prometeu que o governo buscará “soluções técnicas” para minimizar o aumento, incluindo negociações com distribuidoras de energia e a ampliação de programas de eficiência energética. Silveira também culpou o governo Bolsonaro pela “herança maldita” da privatização da Eletrobras, que, segundo ele, desestruturou o setor elétrico.

O Futuro: Aumento nas Contas e Desafios para 2026

A derrubada do veto deve ser promulgada nos próximos dias, com os primeiros impactos nas contas de luz previstos para o início de 2026. A Aneel estima que o aumento será escalonado, mas alerta que fatores como a crise hídrica e a alta do dólar podem agravar o cenário. Consumidores já enfrentam reajustes médios de 4,5% em 2025, segundo o O Globo, e a nova medida pode pressionar ainda mais o orçamento familiar, especialmente em um contexto de inflação acumulada de 5,2% nos últimos 12 meses.

Para o PT, o desafio será convencer a população de que a votação foi um “mal necessário”. Movimentos sociais ligados ao partido, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), mantiveram silêncio sobre o tema, enquanto setores da base, como o Movimento dos Sem Terra (MST), cobram explicações. A oposição, por sua vez, planeja explorar o tema nas redes e em campanhas, associando o PT ao aumento do custo de vida.

Enquanto o Brasil aguarda os desdobramentos, a votação reforça a polarização política e coloca o PT no centro de uma crise de imagem. Com a conta de luz mais cara, o partido terá que provar que suas escolhas no Congresso refletem o compromisso com o trabalhador – ou enfrentará o risco de pagar um alto preço nas urnas.

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