Na última quarta-feira (22), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) surtou na tribuna da Câmara e proferiu um discurso em que abordou a manifestação pró-Bolsonaro agendada para este domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo. O parlamentar teceu críticas ao evento e mencionou a possibilidade de medidas coercitivas contra os participantes. “Quem for para a paulista no dia 25 vai ser preso. Vai direto para a papuda”. A fala de Farias gerou significativa repercussão e suscitou um debate acalorado sobre a liberdade de expressão no contexto de manifestações públicas.
Em seu discurso, Farias classificou a manifestação como “apoio à tentativa de golpe” e “e incitação à violência”. O deputado mencionou que os participantes serão presos. Farias também criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), que convocou seus seguidores para o ato.
As declarações do deputado foram recebidas com reações divergentes. Parlamentares da direita e membros do governo federal manifestaram repúdio, qualificando-as como “intimidatórias” e “incompatíveis com o Estado Democrático de Direito”. O ministro da Justiça, Anderson Torres, salientou a importância do direito à livre manifestação, assegurando que “a discordância de ideias jamais pode ser motivo de repressão”.
Por outro lado, parlamentares de esquerda e movimentos sociais defenderam o direito de Farias de se manifestar contra o que consideram um “ato antidemocrático”. Argumentaram que a menção à prisão se configura como um alerta legítimo diante da possibilidade de ações violentas durante a manifestação.
O debate em torno do discurso de Lindbergh Farias reflete o clima de polarização política que caracteriza o cenário brasileiro contemporâneo. A manifestação pró-Bolsonaro deste domingo será um teste para a capacidade das autoridades de garantir a ordem pública e o direito à livre expressão.