O Tabuleiro Politico

Por: Bruno Lobo Monteiro

Há momentos raros na história em que a figura de um líder religioso ressurge não como um títere das massas, mas como um rochedo firme contra a correnteza avassaladora da cultura do descarte, da moral líquida e da conveniência ideológica. O recente posicionamento do Papa Leão XIV contra o casamento homoafetivo e em defesa da vida desde a concepção, mesmo com o custo inevitável da fúria midiática e do repúdio progressista, entra para esse rol de momentos históricos.

   Vivemos tempos em que muitos religiosos, especialmente da cúpula da Igreja Católica, parecem mais interessados em agradar aos ventos do mundo do que em preservar a essência de seus dogmas. É nessa conjuntura que Leão XIV se destaca — não por uma ousadia vazia, mas por uma coragem moral que há muito vinha sendo sufocada pelos discursos ensaboados de uma Igreja preocupada demais com sua imagem e de menos com sua missão.

   Como evangélico convicto, escrevo estas linhas não com a pretensão de interferir nos assuntos internos do catolicismo, até porque não pertenço à ela nem pratico seus dogmas, mas com o respeito de alguém que reconhece o valor inestimável da tradição cristã, muito embora discorde, no campo teológico e nos preceitos bíblicos de suas crenças apócrifas, mas não é esse o ponto que quero discutir aqui.

    A esquerda católica, que por conveniência teológica tem tentado moldar o Evangelho ao gosto das pautas do progressismo contemporâneo, está perplexa. Acreditavam ter domesticado o papado — transformado o sucessor papal num mascote da ideologia identitária. Agora, diante de um Leão que ruge com a clareza dos primeiros mártires, sentem-se traídos. Acostumaram-se a papas que pedem desculpas por existirem; Leão XIV lhes oferece um espelho, e eles não suportam o reflexo.

    Quando o Papa reafirma que o casamento, segundo a doutrina cristã, é a união entre um homem e uma mulher, ele não profere ódio — apenas relembra uma verdade antropológica e espiritual milenar. Quando diz que o aborto é um crime, ele não condena mulheres em sofrimento — mas recorda à humanidade que a vida é um dom, não um direito descartável. Isso é conservadorismo? Sim. Mas é também fidelidade.

    O discurso moderno tentou transformar misericórdia em permissividade, compaixão em conivência. Leão XIV, ao contrário, nos mostra que é possível amar sem trair a verdade. Que é possível ser pastor sem ser cúmplice. E isso, convenhamos, é escandaloso para uma geração acostumada com líderes religiosos que mais parecem assessores de imprensa do zeitgeist.

   A esquerda católica, que sempre enxergou a moral cristã como uma peça de roupa que se troca conforme o clima político, agora se vê diante de um Papa que recusa ser estilista da fé. E isso é bom. É saudável. É necessário.

   Leão XIV não é um reacionário isolado. É um homem que entendeu, talvez melhor do que muitos de seus antecessores, que a Igreja não pode ser farol do mundo se o seu foco estiver voltado para o chão. Que a verdade não se negocia no balcão da opinião pública. Que a missão do líder não é ceder, mas sustentar.

    Admiro-o nesse ponto, como evangélico, como cristão, e como homem. E faço um apelo aos que ainda creem: que não deixemos que a fé seja corrompida pelo verniz politicamente correto. Que tenhamos, em nossas respectivas tradições, a mesma coragem deste Papa. Porque sem a verdade, não há amor. E sem valores eternos, tudo o que resta é ruína.

Uma resposta

  1. Concordo plenamente com o papa Deus deixou o homem é a mulher o resto é invenção de quem não tem fé em Deus.

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