O Tabuleiro Politico

Em uma reviravolta política que agitou a Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou, na terça-feira, 10 de junho de 2025, que levará ao plenário a decisão sobre a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A mudança de posição veio após intensa pressão da oposição, liderada pelo deputado André Fernandes (PL-CE), que acusou Motta de trair a soberania do Legislativo ao inicialmente declarar que a perda do mandato seria automática, sem votação. O recuo de Motta, que admitiu uma “precipitação” em sua avaliação inicial, é celebrado pela direita como uma vitória contra a interferência do STF, liderado por Alexandre de Moraes, mas reacende o debate sobre a autonomia parlamentar e a perseguição judicial contra lideranças conservadoras. Enquanto isso, Zambelli, foragida na Itália, enfrenta um quadro psicológico agravado pela ofensiva do establishment esquerdista.

O Recuo de Hugo Motta: Uma Resposta à Pressão da Oposição

Na segunda-feira, 9 de junho, Hugo Motta afirmou, durante um evento do jornal Valor Econômico, que a cassação de Zambelli seria uma “consequência automática” da condenação transitada em julgado pelo STF, sem necessidade de votação em plenário. A declaração gerou revolta na oposição, com deputados do PL, como André Fernandes, Luciano Zucco (PL-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG), acusando Motta de desrespeitar o artigo 55 da Constituição Federal, que exige deliberação do plenário para a perda de mandato por condenação criminal. “O sentimento é de traição, presidente! O senhor joga no lixo a soberania desta Casa”, declarou Fernandes em discurso inflamado na tribuna, exigindo que a Câmara decidisse o destino de Zambelli.

Horas após a fala de Fernandes, Motta voltou atrás. Em sessão plenária no dia 10, ele reconheceu uma “confusão e precipitação” em sua avaliação inicial e anunciou: “Darei o cumprimento regimental. Vamos notificar para que ela possa se defender, e a palavra final será do plenário.” A decisão, confirmada por fontes como Jovem Pan e Folha de S.Paulo, garante que a cassação de Zambelli será submetida a votação, exigindo 257 votos favoráveis para ser efetivada, conforme o regimento da Casa. A reviravolta foi celebrada nas redes sociais, com hashtags como #ZambelliResiste e postagens de usuários como @HerreraNews1, que destacaram a pressão de Fernandes como decisiva: “Hugo Motta recuou após o discurso de André Fernandes. O plenário decidirá!”

O Contexto da Condenação: Uma Perseguição Política?

Carla Zambelli foi condenada em maio de 2025 pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão em regime fechado por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que a deputada, com o hacker Walter Delgatti Netto, planejou a inserção de um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A defesa de Zambelli contesta a validade das provas, baseadas exclusivamente nos depoimentos de Delgatti, e denuncia a condenação como uma retaliação por sua oposição ao governo Lula e ao STF. “O Judiciário age como um tribunal de exceção para calar a direita”, afirmou Zambelli em nota.

Após a confirmação da sentença, em 6 de junho, Moraes decreted a prisão definitiva de Zambelli e determinou a perda de seu mandato, comunicando à Câmara que a decisão deveria ser apenas formalizada. Zambelli, que deixou o Brasil em 25 de maio para buscar tratamento médico na Itália, foi incluída na lista vermelha da Interpol e teve contas bancárias, passaportes e redes sociais bloqueados. A deputada alega ser vítima de perseguição política e promete denunciar o STF em cortes internacionais, seguindo o exemplo de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A ordem de Moraes para cassar o mandato sem votação foi criticada por juristas como Katia Magalhães, que apontam violação do artigo 55 da Constituição, que garante a prerrogativa do plenário.

A Vitória da Oposição e o Risco de Confronto com o STF

O recuo de Motta é visto pela oposição como uma vitória parcial na luta pela autonomia legislativa. Deputados do PL, como Bia Kicis (PL-DF), celebraram a decisão, afirmando que “o plenário é soberano e não pode ser subjugado pelo STF”. Contudo, lideranças do PT e do Centrão, segundo o Metrópoles, alertam que a votação no plenário pode ter um “potencial explosivo”. Há chances de que a Câmara, insatisfeita com recentes decisões do STF, como a cobrança de explicações sobre emendas por Flávio Dino, vote para manter o mandato de Zambelli como um “recado” ao Judiciário. Nesse cenário, o STF poderia ignorar a decisão da Câmara, aprofundando a crise entre os poderes.

A oposição, liderada por Fernandes e Nikolas Ferreira, insiste que a votação é uma questão de princípio. “Não se trata de proteger Zambelli, mas de defender o Estado de Direito”, afirmou Nikolas em postagem no X. A bancada do PL planeja mobilizar deputados para garantir a ampla defesa de Zambelli, que deve ser notificada para apresentar sua versão antes da votação. No entanto, a falta de apoio de partidos do Centrão, como PSD e PP, pode dificultar a manutenção do mandato, especialmente após a licença de 127 dias concedida a Zambelli, que permitiu a posse de seu suplente, Coronel Tadeu (PL-SP).

O Drama Psicológico de Zambelli: Uma Líder Acuada

A pressão judicial e política tem agravado o estado psicológico de Carla Zambelli. Diagnosticada com depressão, síndrome de Ehlers-Danlos e síndrome da taquicardia postural ortostática, a deputada afirmou que sua saída do Brasil foi motivada pela necessidade de tratamento médico e pelo temor de não sobreviver à prisão. “O STF ataca não só a deputada, mas a mulher e a mãe. É uma perseguição cruel”, declarou em entrevista à Rádio Auriverde. O bloqueio de suas contas, redes sociais e até dos perfis de sua mãe, Rita Zambelli, e de seu filho, João Zambelli, intensifica o que a direita chama de “linchamento judicial”.

O isolamento político de Zambelli, agravado pelo afastamento de Jair Bolsonaro, que a responsabilizou pela derrota em 2022, deixa a deputada em uma posição vulnerável. Antes uma figura central do movimento “Nas Ruas”, ela agora enfrenta a solidão de lutar contra um sistema judicial que a direita acusa de servir ao PT. O discurso de Fernandes e o recuo de Motta reacendem a esperança entre seus apoiadores, mas a incerteza sobre o resultado da votação no plenário mantém a tensão.

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