O Tabuleiro Politico

Na madrugada desta sexta-feira, 13 de junho de 2025, Israel realizou uma série de ataques aéreos contra o Irã, atingindo instalações nucleares, bases militares e alvos estratégicos em Teerã, Natanz, Kermanshah e outras regiões. Nomeada “Operação Leão Ascendente” pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a ofensiva foi descrita como uma ação preventiva para neutralizar a “ameaça existencial” representada pelo programa nuclear iraniano, que Israel alega estar próximo de desenvolver uma bomba atômica. Explosões foram relatadas em várias cidades iranianas, com a mídia estatal confirmando a morte de altos comandantes, incluindo o general Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), além de cientistas nucleares como Fereydoon Abbasi e Mohammed Mehdi Tehranchi. A comunidade internacional teme que o ataque, o maior contra o Irã desde a Guerra Irã-Iraque, possa desencadear uma guerra regional, enquanto o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma “punição severa” contra Israel.

A Ofensiva Israelense: Alvos e Impacto

De acordo com o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), brigadeiro-general Effie Defrin, a operação envolveu dezenas de caças, incluindo F-35 stealth, que executaram ataques precisos contra cerca de 20 alvos militares, com destaque para o principal centro de enriquecimento de urânio em Natanz. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, confirmou que Natanz foi atingido, mas não há relatos de danos ao sítio de Fordow, fortificado sob uma montanha. Além de Natanz, Israel alvejou o quartel-general da IRGC em Teerã, bases de mísseis em Khorramabad e instalações de drones, resultando em danos significativos à infraestrutura militar iraniana. A mídia estatal iraniana, como a Press TV, relatou vítimas civis em áreas residenciais de Teerã, com imagens mostrando destroços de prédios e fumaça negra sobre a capital.

O ataque, iniciado às 3h da manhã (horário local), foi acompanhado por sirenes em Tel Aviv, onde a Parada do Orgulho foi cancelada e o espaço aéreo israelense foi fechado. Netanyahu, em pronunciamento televisionado, justificou a operação: “O Irã está a meses, talvez semanas, de produzir uma arma nuclear. Esta é uma ameaça à sobrevivência de Israel. Agimos agora para proteger nosso povo.” O IDF informou que todos os aviões retornaram em segurança, mas alertou para possíveis retaliações com mísseis e drones iranianos.

Reação do Irã: Promessa de Retaliação

O aiatolá Ali Khamenei, em comunicado divulgado pela agência IRNA, classificou o ataque como um “crime sionista” que revela a “natureza perversa” de Israel, prometendo que o regime “aguardará uma punição severa”. A morte de Hossein Salami, um dos principais líderes militares do Irã, foi confirmada pela agência Tasnim, ligada à IRGC, intensificando a indignação em Teerã. O Ministério das Relações Exteriores iraniano condenou a ação como uma “violação flagrante” do direito internacional, enquanto o ministro da Defesa, general Aziz Nasirzadeh, alertou que bases americanas na região poderiam ser alvos caso os EUA apoiem Israel.

O Irã, que em outubro de 2024 sofreu um ataque israelense que destruiu grande parte de sua defesa antiaérea e capacidade de produção de mísseis, está em uma posição militar enfraquecida. Analistas da CNN sugerem que Teerã pode responder com um contra-ataque massivo de mísseis balísticos, similar ao lançamento de 180 mísseis contra Israel em 1º de outubro de 2024, ou mobilizar proxies como os Houthis no Iêmen, que já ameaçaram entrar em guerra caso o Irã seja atacado.

Contexto: Escalada e Fracasso Diplomático

O ataque ocorre em meio ao colapso das negociações nucleares entre os EUA e o Irã, mediadas por Omã. O presidente Donald Trump, que busca um acordo para limitar o enriquecimento de urânio iraniano, expressou frustração com a recusa de Teerã em aceitar suas condições, que incluem o fim total do programa nuclear e do apoio a grupos como Hamas e Hezbollah. Apesar de Trump ter alertado Netanyahu contra ações militares durante as negociações, Israel agiu unilateralmente, sem apoio militar americano, conforme confirmado pelo secretário de Estado Marco Rubio. “Israel nos informou que acredita que esta ação era necessária para sua autodefesa. Não estamos envolvidos”, declarou Rubio, enfatizando a proteção das forças americanas na região.

A escalada começou com o ataque iraniano de 1º de outubro de 2024, em retaliação às mortes de líderes do Hamas, Hezbollah e um comandante iraniano, atribuídas a Israel. Israel respondeu em 26 de outubro com a “Operação Dias de Arrependimento”, destruindo defesas aéreas e fábricas de mísseis iranianas. A atual ofensiva, porém, é significativamente mais agressiva, visando diretamente o programa nuclear e a liderança militar iraniana, o que eleva o risco de um conflito total.

Reações Internacionais: Medo de Guerra Regional

A comunidade internacional reagiu com alarme. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “contenção máxima” para evitar uma guerra regional, enquanto a China e a Rússia condenaram o ataque, acusando Israel de desestabilizar o Oriente Médio. O Reino Unido emitiu alertas sobre ameaças ao transporte marítimo na região, e os EUA autorizaram a evacuação de diplomatas do Iraque e familiares de militares do Oriente Médio, temendo retaliações iranianas.

Nos EUA, a ação israelense gerou divisões. O senador republicano Lindsey Graham publicou no X: “Jogo começado. Orem por Israel”, enquanto democratas como Chris Murphy acusaram Israel de sabotar as negociações de Trump, chamando o ataque de “escalada imprudente”. No Brasil, o Itamaraty emitiu uma nota pedindo diálogo e alertando brasileiros no Irã e em Israel para seguirem as orientações consulares.

Impacto e Incertezas: Rumo à Guerra?

O ataque de Israel ao Irã marca um ponto de inflexão na longa guerra sombra entre os dois países, que desde a Revolução Islâmica de 1979 mantêm uma rivalidade marcada por ataques por procuração e operações secretas. A destruição parcial do programa nuclear iraniano, se confirmada, pode atrasar a capacidade de Teerã de desenvolver uma arma nuclear por um ou dois anos, mas analistas do New York Times alertam que o Irã pode abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear e acelerar seu programa em segredo, o que seria o oposto do objetivo de Israel.

A possibilidade de uma guerra regional depende da resposta iraniana. Um contra-ataque direto contra cidades israelenses ou bases americanas poderia arrastar os EUA, aliados árabes como a Jordânia e até a Rússia, que mantém laços com o Irã, para o conflito. A interrupção do Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial, também é uma preocupação, com os preços do barril saltando 12% após os ataques.

Enquanto Teerã avalia sua resposta, Israel mantém suas forças em alerta máximo. Para Netanyahu, a operação é uma demonstração de força contra um inimigo que considera uma “ameaça existencial”. Para o Irã, é uma provocação que exige retaliação para preservar sua soberania. O mundo observa, temendo que a próxima ação determine se o Oriente Médio mergulhará em um conflito de proporções devastadoras.

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