O Tabuleiro Politico

Racha no PT cearense expõe crise de liderança e interesses pessoais acima do povo

O Partido dos Trabalhadores no Ceará vive uma guerra interna que ameaça implodir sua unidade às vésperas de decisões cruciais para 2026. O deputado federal José Guimarães e o ex-governador Camilo Santana, atual ministro da Educação, estão em lados opostos na disputa pela presidência estadual do PT, marcada para o segundo semestre de 2025. Guimarães apoia Inácio Mariano, presidente da Ematerce e aliado de longa data, enquanto Camilo defende o prefeito de Juazeiro do Norte, Felipe Pinheiro, visto como uma aposta para renovar a imagem do partido. O debate, que já saiu dos bastidores e ganhou os corredores da Assembleia Legislativa, expõe a fragilidade de um PT mais focado em cargas do que em governança.

Fontes próximas ao governo revelaram que Guimarães, temendo uma derrota em uma eleição interna, teria recorrido ao governador Elmano de Freitas (PT) para intermediar um acordo que evitasse o confronto direto. “José quer manter o controle da máquina partidária no estado, mas Camilo, com a prestígio de ministro, não aceita ceder”, afirmou um petista que pediu anonimato. A briga não é apenas por poder, mas também por influência sobre as restrições para cargas no governo estadual e federal, uma prática que críticas apontam como típica do fisiologismo petista.

A oposição não perdeu tempo em explorar o racha. O Capitão Wagner (União Brasil), um dos principais adversários do PT no Ceará, ironizou a situação: “Enquanto o povo sofre com violência e falta de serviços, o PT briga por cadeiras. É o retrato da esquerda que diz defensor o trabalhador, mas só pensa em si mesmo.” Parlamentares do PL e do PDT, como André Fernandes e José Sarto, também entraram na onda de críticas, afirmando que o desgaste interno pode abrir brechas para uma derrota histórica do partido nas próximas eleições.

Analistas políticos veem o debate como um reflexo do enfraquecimento do PT no Ceará, que, apesar de controlar o governo estadual, enfrenta dificuldades para manter sua base unida. “O partido está dividido entre a velha guarda de Guimarães e a nova geração de Camilo. Isso mostra que o PT não tem projeto, só ambição”, avalia o político Roberto Farias, da UFC. Enquanto a cúpula petista tenta apagar o incêndio, o povo cearense assiste a mais um espetáculo de egos que pouco agrega às promessas de melhoria de vida feitas em campanhas passadas.

Bruno Lobo Monteiro – Redator e colunista de O Tabuleiro Político

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