O Tabuleiro Politico

Concurso para delegados no Ceará é recebido com ceticismo pela oposição ao PT

O governador Elmano de Freitas (PT) anunciou na última sexta-feira o edital de um concurso público para 100 vagas de delegado na Polícia Civil do Ceará, com salário inicial de R$ 22 mil. A medida, apresentação como um reforço à segurança pública, foi recebida com aplausos por aliados, mas com críticas ferozes da oposição, que a classificou como uma “jogada eleitoreira” para maquiar o fracasso do governo petista no combate à violência. Em um estado onde a sensação de insegurança só aumenta, o anúncio parece insuficiente para apagar o incêndio que consome a popularidade de Elmano.

“É uma cortina de fumaça. Cem delegados não resolvem o caos que o PT deixou se instalar”, disparou o deputado Soldado Noélio (PL), citando dados da Secretaria de Segurança Pública que mostram um aumento de 8% nos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) em 2024, apesar de uma leve queda nos homicídios. A oposição argumenta que o governo gasta mais com propaganda do que com políticas estruturais, como o reaparelhamento das polícias e a melhoria das condições de trabalho dos agentes. “Onde estão os coletes à prova de bala? Onde estão as viaturas?”, questionou Noélio.

Elmano, por sua vez, defendeu o concurso como parte de um “pacote de valorização” da segurança pública, destacando que o certo será realizado ainda em 2025, com previsões previstas para outubro. A Secretaria de Segurança Pública informou que os novos delegados serão distribuídos prioritariamente no interior, onde facções têm expansão de sua atuação. No entanto, a falta de um plano mais amplo para fazer face ao crime organizado deixa dúvidas sobre o impacto real da medida.

Para os analistas, o anúncio tem tom político claro, mirando a recuperação da imagem do governo em um ano pré-eleitoral. “É uma tentativa de mostrar serviço, mas o povo não é bobo. Quer segurança nas ruas, não promessas em edital”, critica o cientista político João Paulo Lima, da UECE. Enquanto o PT celebra, a oposição promete manter a pressão, acusando o governo de usar uma máquina pública para fins eleitoreiros em vez de resolver os problemas de fundo.

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