O Tabuleiro Politico

A prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA‑15, acelerou para 0,33% em julho de 2025, ante 0,26% em junho, conforme divulgado nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. O resultado reflete a pressão da conta de luz, com a manutenção da bandeira vermelha patamar 1 e reajustes tarifários em cinco capitais, elevando o custo da energia residencial em 3,01%, o que pesou com 0,12 ponto percentual no índice.

Energia elétrica amarga bolso das famílias

O grupo Habitação registrou alta de 0,98%, sendo o principal responsável pelo avanço da inflação. Além da bandeira vermelha que adiciona R$ 4,46 por 100 kWh, houve reajustes nas tarifas em diversas regiões:

  • São Paulo: +6,10%
  • Porto Alegre: +5,07%
  • Curitiba: +3,33%
  • Belo Horizonte: +3,89%

Outros aumentos também impactaram a habitação, como na água e esgoto, com reajustes de 9,88% em Brasília e 3,83% em Curitiba.

Alimentos têm nova queda e seguram inflação

Apesar do cenário adverso da energia, o grupo Alimentação e bebidas registrou deflação de 0,06%, pelo segundo mês seguido de queda, enquanto em junho havia recuado 0,02%. O recuo de 0,40% na alimentação dentro do domicílio foi puxado por quedas em produtos essenciais como batata‑inglesa (-10,48%), cebola (-9,08%) e arroz (-2,69%). Já o tomate subiu 6,39%, revertendo queda anterior.

Demais grupos que influenciaram o índice

Entre os nove grupos pesquisados, além de Habitação e Alimentação, destacaram-se:

  • Transportes: alta de 0,67%, impulsionada por passagens aéreas (+19,86%) e aplicativos de transporte (+14,55%). Os combustíveis, em contrapartida, recuaram 0,57% .
  • Despesas pessoais: +0,25%, influenciadas por reajuste nos jogos de azar (+3,34%).
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,21%, com reajuste nos planos de saúde autorizado pela ANS.
  • Comunicação: +0,11%, enquanto Educação teve variação zero, Artigos de residência caiu -0,02% e Vestuário recuou -0,10%.

Inflação em 12 meses acima da meta

O IPCA‑15 acumulado em 12 meses subiu para 5,30%, acima do teto de tolerância da meta de 4,5% estabelecida pelo governo via Conselho Monetário Nacional. No acumulado de janeiro a julho, o índice acumula alta de 3,40%.

Perspectivas e impacto no custo de vida

O avanço da inflação, liderado pela energia elétrica, aprofunda a pressão sobre o orçamento das famílias. A segunda queda consecutiva nos alimentos suaviza o impacto, mas não é suficiente para conter a inflação no patamar que ainda supera a meta do governo. O resultado reforça os sinais de que o Copom, em reunião marcada para 29 e 30 de julho, deverá considerar estes dados ao ajustar a taxa Selic.

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