Na tarde dessa segunda-feira, 23 de junho de 2025, o Irã lançou ataques com mísseis contra a base aérea de Al Udeid, no Catar, a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio, e contra a base de Ain Al Asad, no Iraque. A ofensiva, chamada “Operação Bênçãos da Vitória” pela Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), foi uma retaliação aos bombardeios americanos contra três instalações nucleares iranianas – Fordo, Natanz e Isfahan – em 21 de junho, sob ordens de Donald Trump. Os ataques, que envolveram 10 mísseis contra o Catar e um contra o Iraque, intensificaram as tensões regionais, com o Catar condenando a ação como uma “violação flagrante” de sua soberania e fechando seu espaço aéreo. No Brasil, o governo Lula criticou os EUA, enquanto a oposição acusou o Irã de escalar o conflito.
Detalhes do Ataque Iraniano
A IRGC descreveu o ataque à base de Al Udeid, que abriga 10 mil militares americanos e o quartel-general do CENTCOM, como “poderoso e devastador”, em resposta à “agressão americana”. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã afirmou que o número de mísseis disparados foi igual ao de bombas usadas pelos EUA, sinalizando uma tentativa de de-escalada proporcional. Explosões foram ouvidas em Doha, com vídeos nas redes sociais mostrando mísseis interceptados. Um míssil também atingiu Ain Al Asad, no Iraque, sem relatos de danos ou vítimas.
O Ministério da Defesa do Catar informou que suas defesas aéreas interceptaram os mísseis, evitando danos em Al Udeid, evacuada previamente. Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, condenou o ataque como uma “violação flagrante da soberania do Catar, seu espaço aéreo, o direito internacional e a Carta da ONU”, reservando o direito de resposta. O Catar fechou seu espaço aéreo, impactando a Qatar Airways, e Bahrain e Emirados Árabes Unidos suspenderam voos.
O Irã afirmou que o ataque não visava o Catar, mas instalações americanas, e o presidente Masoud Pezeshkian postou no X: “Não iniciamos a guerra, nem a buscamos. Mas não deixaremos a invasão ao grande Irã sem resposta.” A IRGC alertou que bases americanas são “vulneráveis” e prometeu novas respostas a agressões.
Contexto: Bombardeios Americanos e Escalada Regional
Os ataques iranianos responderam à “Operação Martelo da Meia-Noite”, que usou bombardeiros B-2 e mísseis de cruzeiro contra instalações nucleares iranianas, causando “danos significativos” em Fordo e matando 47 pessoas. Trump justificou a ação para impedir uma bomba nuclear iraniana, enquanto Netanyahu, informado previamente, disse estar “muito perto” de seus objetivos contra o Irã.
A escalada começou em 13 de junho, com ataques israelenses contra alvos iranianos, matando líderes como Hossein Salami. O Irã retaliou com 400 mísseis contra Israel, iniciando uma guerra aérea que matou 950 pessoas no Irã. A entrada dos EUA, após um ataque iraniano a uma base na Jordânia, elevou o risco de guerra regional. O fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã aumentou o petróleo Brent em 18%, para US$ 105.
Reações Internacionais e no Brasil
O Reino Unido e a França pediram negociações, enquanto a China condenou os EUA. A Rússia ofereceu mediação, mas evitou compromissos militares. O Catar condenou o Irã, mas pode mediar.
No Brasil, Lula criticou os EUA como “irresponsáveis”, pedindo diálogo na ONU, mas não mencionou o Irã, gerando críticas. Nikolas Ferreira (PL-MG) acusou Lula de apoiar ditaduras, e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que ele está “do lado errado”. Jaques Wagner (PT-BA) defendeu Lula, e o MST elogiou seu “anti-imperialismo”. Analistas alertam para tensões com os EUA e impactos econômicos.
Impactos Econômicos e o Futuro do Conflito
O fechamento do Estreito de Ormuz pressionou a Petrobras a reajustar a gasolina em 6%, com a inflação projetada para subir 0,8% em julho. O petróleo caiu após os ataques, sugerindo uma resposta calibrada do Irã.
O Pentágono está em alerta, com Trump na Sala de Crises, prometendo “força maior” contra novas retaliações. O Catar pode mediar, mas a resposta americana determinará a escalada. No Brasil, a crise intensifica a polarização, com Lula enfrentando desafios econômicos e políticos.
