A relatora do Dino, cujo marido, coincidentemente ganhou cargo público no governo Lula após assumir relatoria do CPMI do dia 08 de Janeiro, apresentou na última segunda um relatório pedindo o indiciamento de Bolsonaro, Zambelli e outros, acusando-os de atentar contra o estado democrático de direito.
O relatório de Eliziane Gama trouxe consigo uma série de falhas que mostram a imparcialidade e a ganância por injustiça, além da perseguição contra o ex-mandatário Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
A primeira percepção que temos é de que o famigerado relatório já estava pronto. E provavelmente não foi sequer a relatora que o preparou (talvez o seu chefe, Flávio Dino tenha o redigido). A senadora maranhense sequer queria a CPMI. Sequer assinou o requerimento. Mas uma vez instalada, a base do governo tinha que tomar de assalto a comissão que investigaria a omissão do governo federal naquele fatídico e trágico dia. À princípio, o marido de Eliziane foi nomeado presidente da estatal SGB (Serviço Geológico Brasileiro) com salário de R$ 27 mil, mesmo com protestos dentro do órgão por causa da incompatibilidade do indicado para o cargo que iria exercer (o mesmo não tem experiência no setor). Não satisfeita, A relatora de Dino emplacou a irmã na Superintendência Federal de Pesca no Maranhão. Tudo coincidência, claro!
Mas o relatório produzido foi muito abaixo daquilo que se esperava. Há apenas ilações. Meras ilações. Não há nenhuma comprovação de fato que Jair Bolsonaro tenha ordenado os ataques do dia 8 de janeiro. Aliás, a montagem do relatório traz frases de Bolsonaro de 1999, o que deixa a moral da pirotecnia da senadora ainda mais baixo possível. Quer condenar Bolsonaro por “mentor moral de golpe”, sendo que não houve nenhum golpe, ninguém prendeu o Lula, ninguém assumiu a cadeira do Planalto ou devolveu-a ao ex-presidente. O relatório ainda faz um percurso que foge à realidade do dia 08. Não era CPMI das eleições. Não era CPMI das Fake News. E diversos assuntos fora do contexto foram colocados no documento de Eliziane.
Em contrapartida, Eliziane protegeu Gonçalves Dias, ministro da defesa de Lula na época que estava ciente dos riscos do dia 8 de Janeiro e ainda assim cruzou os braços. Ninguém da Força Nacional foi convocado. Dino não prestou esclarecimentos sobre as imagens desaparecidas. Somente figuras de interesse da base maranhense que tomou a CPMI deram seus esclarecimentos para massacrar a direita brasileira.
Durante todo o processo de CPMI, Eliziane se mostrou leoa com com quem queria perseguir, e mansinha com seus pares. Se retirava todas as vezes que alguém da oposição ia falar, circulava pelos corretores quando qualquer aliado de Bolsonaro estava com a fala. Não olhou os lados, apenas o seu lado e fez um papel vil e partidário diante de uma responsabilidade gigantesca como relatora de CPMI que investigava um dia lamentável e histórico.
Antes que você pergunte: não, eu não concordo com o que aconteceu no dia 8. Acredito que os verdadeiros culpados devem ser punidos. Os vândalos devem pagar por isso. Mas usar isso como palco para sepultar seus oponentes é baixo, imoral e injusto. Jogar na cadeia pessoas inocentes que vão pagar pelo crime de outros por pura vingança por ter perdido as eleições em 2018 e por causa da prisão do principal chefe da esquerda é algo deplorável e preocupante para a permanência do Estado Democrático de Direito.
A CPMI terminou. O relatório foi aprovado. Eliziane se consagrou com a “lacrolândia” e agora o jogo segue pesado, com uma jurisprudência imoral que vai permitir o massacre de qualquer um que se oponha àqueles que estão no poder.