Críticos e apoiadores vêem declaração de presidente da Suprema Corte como uma antecipação de sentença do ex-presidente

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), não hesitou em antecipar o que parece ser uma sentença pré-fabricada. Na véspera do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por suposta “trama golpista”, Barroso declarou que “em breve vamos empurrar o extremismo para a margem da história”. Essa afirmação, proferida em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 1º de setembro de 2025, não apenas viola o princípio da imparcialidade judicial, mas ecoa como um manifesto político disfarçado de jurisprudência, típico de uma corte que se arvora em salvadora da nação enquanto pisoteia a Constituição.
O julgamento, marcado para iniciar nesta terça-feira, 2 de setembro, envolve Bolsonaro e outros 36 réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Barroso, que já se notabilizou por frases como “derrotamos o bolsonarismo” e “perdeu, mané”, agora assume o papel de oráculo ideológico, rotulando de “extremismo” qualquer oposição ao establishment progressista que domina o Judiciário. “Na democracia, a regra é quem ganha leva. Quem perde não fica despojado dos seus direitos e pode concorrer. O que me preocupa é o extremismo. Acho que em breve empurraremos o extremismo para a margem da história”, afirmou o ministro.
Nas redes sociais, a declaração gerou intensa polarização. Enquanto os apoiadores do governo atual elogiavam a “defesa das instituições”, os críticos acusaram Barroso de “antecipar julgamentos” e de “usar o tribunal para fins políticos”. A hashtag #BarrosoExtremismo acumulou mais de 50 mil menções no Twitter nas últimas 24 horas, com opiniões divididas.
A defesa de Bolsonaro classificou a declaração como “inaceitável” e “viésada”. “O ministro está tomando partido claramente em um processo que ainda não foi julgado. Isso fere o princípio da autorizado que deve reger o judiciário”, afirmou o advogado do ex-presidente.