Desde a eleição para o Paço da Abolição que se vive um dilema grande no PDT do estado do Ceará: quem vencerá a quebra de braço entre os coronéis? Os irmãos Cid e Ciro resolveram dividir o partido e apostar em público quem é que manda mais. Ciro queria Roberto Claudio. Cid queria Izolda, mas foi vencido e apoiou Elmano, que foi eleito no primeiro turno onde o candidato do coronel-mor apareceu em 3º lugar, com uma votação pífia e inexpressiva.
Elmano eleito. Cid defendia integrar a base do governo petista. Ciro não permitiu. Jamais permitiria. O coronel da família que dá ordens no Ceará desde os tempos do império não se submeteria a isso, pois está acostumado a mandar em quem está na cadeira e não aceita que perdeu o controle da política cearense, além de ser rancoroso por ter perdido seu principal capacho para o Lula: o atual ministro da Educação e ex-governador Camilo Santana, que libertou-se das amarras e deu início ao Camilismo na terra do vixe.
Cid vive agora uma pressão imensurável: quer arrancar o Evandro Leitão do PDT e levá-lo ao PT para eleger-se à prefeitura da capital e formar aliança para contentar-se apenas com um vice, já que o atual prefeito Sarto não está agradando a maioria e corre sério risco de não ir sequer para o segundo turno. Mas Ciro não quer. Não aceita de jeito nenhum dar a prefeitura de Fortaleza de mão beijada para o PT. Perder o comando da capital seria enterrar de vez o poderio do clã, que agora não passa de uma família desunida, digna de um enredo de novela mexicana.
Cid namora agora o PSB, mas marcou reunião com os membros do PDT mesmo sem ter mais o comando do partido. Assim como seu irmão Ciro, o homem é cabeça dura e não vai dar o braço a torcer. A oposição agradece o entretenimento gratuitamente oferecido.
Equipe O Tabuleiro Político