
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), admitiu publicamente sua “muita insatisfação” com a segurança pública do estado. A declaração surge em um momento em que os índices de violência explodem no Ceará, colocando o estado em posição de destaque negativo no cenário nacional.
Segundo dados, a taxa de homicídios no Ceará teve um crescimento expressivo e agora é a segunda maior do país, evidenciando o fracasso da gestão atual em conter o avanço do crime organizado. Além disso, conforme levantamento do Diário do Nordeste , o estado registrou em 2024 o maior número de assassinatos e suicídios de profissionais da segurança pública no Nordeste, expondo a falta de estrutura e apoio oferecido pelo governo aos agentes da lei.
Diante desse cenário, aumenta a pressão sobre Elmano, principalmente por parte de seu principal adversário político, Capitão Wagner (UNIÃO BRASIL). O opositor, que tem base forte entre a direita, policiais e militares, vem criticando duramente a gestão petista na segurança pública, apontando missão e incompetência no combate à criminalidade. A cobrança tem incomodado o governador, que tenta estabelecer a escalada da violência com promessas vagas e discursos evasivos.
Em uma de suas falas, Elmano tentou responsabilizar a oposição pela violência no Ceará, afirmando que seus opositores não tem propostas para combater a insegurança que toma conta no estado. Tal fala deu a Wagner uma “bola na frente do gol”, que respondeu à altura: “Governador, compre um GPS”, disse ele, em video publicado nas redes sociais, lembrando a promessa de Flávio Dino (na época, ministro da Justiça e Segurança pública de Lula e hoje ministro do Supremo Tribunal Federal) de que Elmano teria carta branca para combater a violência no Ceará.
A insegurança no Ceará não é um problema recente, mas a atual administração tem se mostrado incapaz de apresentar soluções concretas. Com as eleições estaduais se aproximando e o nome do Capitão Wagner ganhando força como alternativa para 2026, Elmano se vê acuado e sem respostas eficazes para a crise que assola o estado.
Enquanto isso, a população cearense segue refém da violência, à espera de uma política de segurança que vá além dos discursos e realmente devolva a paz às ruas.
Bruno Lobo Monteiro – Redator e Colunista de O Tabuleiro Político